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Penso no ciclo vital quando observo o ciclo das estações. Fotografei esse anoitecer de inverno em Annecy, nos Alpes franceses,

Penso no ciclo vital quando observo o ciclo das estações. Fotografei esse anoitecer de inverno em Annecy, nos Alpes franceses.

No trabalho com um grupo de jovens adultos tratamos da importância da reciprocidade do cuidar, nessa fase do ciclo vital da família.

– Minha mãe está com 63 anos, e eu insisto para que ela faça exercícios físicos e se alimente bem.

– Eu moro com meu pai, que trabalha embarcado durante duas semanas e folga três. Quando ele chega, eu o deixo descansar e faço o que ele mais gosta de comer.

– Eu sinto que ele se preocupa por me deixar em casa sozinha, mas ao mesmo tempo, ele me vê como adulta, e conversamos de igual para igual.

Há pais que “congelam” seu olhar para os filhos, como se eles permanecessem crianças e há filhos que não se dão ao trabalho de batalhar por sua autonomia (inclusive financeira), criando a ilusão de que os pais são eternos. Porém, quando todos conseguem caminhar com serenidade pelo ciclo vital, conseguem aprofundar a relação de confiança, e sentir o acolhimento e a segurança de que podem contar uns com os outros, oferecendo apoio e cuidados recíprocos. O amor e o carinho se expressam por pequenos gestos e ações.

Por diversos motivos (inclusive econômicos), é comum que pais e filhos adultos morem juntos. Então, se a casa é de todos, todos precisam colaborar na partilha de tarefas e responsabilidades, para ninguém fique sobrecarregado. Desse modo, torna-se mais fácil cuidar bem de si mesmo e dos outros, percebendo as respectivas necessidades, para melhor enfrentar os desafios e as dificuldades que encontramos pelas trilhas da vida.

Quando pais e filhos adultos se norteiam pela pergunta “O que cada um de nós pode fazer de melhor para vivermos bem?” todos ganham em qualidade de vida e de relacionamento familiar.