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Senti um profundo bem-estar seguindo o fluxo do rio em Bonito (MS), contemplando os peixes e a vegetação aquática.

Senti um profundo bem-estar seguindo o fluxo do rio em Bonito (MS), contemplando os peixes e a vegetação aquática.

No decorrer da vida, encaramos algumas encruzilhadas, em que nossas escolhas definirão o rumo que nossa vida tomará. Dar prosseguimento a um curso universitário que não está preenchendo as expectativas ou “seguir o coração” e trabalhar em outra área, que oferece menor rendimento financeiro porém maior realização pessoal? Permanecer agarrado a um casamento deteriorado para não sair da casa que construiu com tanto esforço?

A vida flui, como a água de um rio. Mas, muitas pessoas se paralisam na indecisão: vivem infelizes em casamentos destroçados, em um emprego que as adoecem, morando em uma cidade que detestam. A insatisfação e a angústia se expressam em incessantes lamentos e reclamações. Talvez passem o resto da vida aprisionadas na indecisão, dominadas pelo medo de que tudo ficará pior se ousarem escolher um novo rumo.

Relações extraconjugais podem oferecer uma ilusão de mobilidade, para atenuar a angústia da indecisão. “Minha amante está me pressionando para eu deixar minha mulher. Meu casamento realmente está péssimo, mas eu não consigo sair. Enquanto isso, tento administrar as duas”.

A indecisão é alimentada pelo medo da perda e pela insegurança. Cada escolha envolve renúncias. Viver “em cima do muro” cria a ilusão de que é possível usufruir de ambas as situações. Mesmo sem conseguir estar por inteiro em nenhuma.

Por outro lado, há pessoas que tomam decisões impulsivas e se jogam em situações novas sem ponderar cuidadosamente os prós e os contras dessa escolha. “Meu filho está começando o terceiro curso universitário. Ainda não conseguiu concluir nenhum: quando está perto do meio do caminho, diz que não é isso o que ele quer e passa para outro”. E o mesmo pode acontecer com o trabalho ou com as relações amorosas.

E há os que preferem criar todas as condições para que o outro decida romper o vínculo. Se o outro passa a ser o responsável pela decisão, fico protegido contra a dor do arrependimento: “Eu não me separaria nunca, mas ela resolveu me abandonar”. “Não sei por que fui novamente demitido”. Sem coragem de sair, acaba sendo mandado embora.

É complexo o equilíbrio entre a coragem e a cautela, entre a necessidade de correr riscos e a busca de estabilidade, entre a ousadia de inovar e a necessidade de consolidar o que já foi conquistado.