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Escolhas ousadas podem trazer nova luz, como esse belo amanhecer que fotografei na floresta amazônica.

Escolhas ousadas podem trazer nova luz, como esse belo amanhecer que fotografei na floresta amazônica.

Quais as escolhas mais ousadas ou não convencionais que fizemos em nossa vida? Como avaliamos riscos e benefícios dessas escolhas? O que aconteceu em decorrência dessas decisões que tomamos? Compartilhar experiências pessoais com as polaridades ousadia-cautela, inovação-conservadorismo gerou uma conversa muito interessante com um grupo de amigos.

No campo profissional, ousei estudar psicologia quando a profissão estava recém-regulamentada, para espanto de meus pais que queriam que eu fosse médica. Escolhi pesquisar a psicologia da gravidez como tema da tese de Mestrado quando ainda não se falava sobre isso no Brasil. E acabei de publicar Nas trilhas da vida, em parceria com Itiberê Zwarg, o primeiro livro-show do mercado editorial, que a maioria das pessoas está com dificuldade de entender o que é. Abrir novos caminhos inclui enfrentar obstáculos significativos, mas esses desafios me motivam a prosseguir, principalmente quando sinto a alegria de inspirar pessoas a caminhar por novas trilhas.

Um dos participantes falou da sua escolha ousada de morar em outro país por não suportar viver no clima de opressão da ditadura militar. “Sei que corri riscos, fui sem perspectivas concretas de conseguir trabalho, mas com a sensação de conquistar a liberdade ao atravessar esse portal da angústia e da insegurança” – comentou. Pensando no crescente fluxo migratório em função de guerras, perseguições e condições precárias de vida, muitas dessas escolhas ousadas são feitas no limite entre a esperança de sobreviver e a quase certeza da aniquilação.

Abordamos ainda a questão das escolhas ousadas no campo amoroso. Paixões avassaladoras que motivam a saída de relacionamentos que nos oferecem conforto material ou emocional mas deixaram de nos empolgar. Escolher viver com uma pessoa que nos encanta, apesar da reprovação da família e de amigos.

“De gravata e unha vermelha”, um documentário de Miriam Schnaiderman (Brasil, 2015), apresenta depoimentos de pessoas que ousaram mudar de corpo e de padrões de masculino/feminino para viverem de acordo com sua verdadeira essência, enfrentando preconceitos, ameaças e intimidações por se situarem fora dos padrões convencionais.

Escolhas ousadas são motivadas por diversos fatores: por rebeldia, para chocar pessoas da família ou grupos conservadores, por uma ideologia ou pela crença de que pode contribuir para mudar o mundo, pelo desejo de sair do “mais do mesmo” entediante e buscar novos rumos, pela esperança de que os riscos assumidos serão compensados por ganhos significativos.