Uma leitora me escreveu: “O bebê da minha melhor amiga nasceu com um problema grave e morreu dias depois. Ela não esperava por isso. Está em estado de choque, mal consegue chorar e está muito fechada. Estou preocupada com ela, não sei como ajuda-la”.
A perda de um filho no início da vida é difícil de digerir. Recém-chegado a esse mundo, e já está de partida. Em outras etapas da vida o luto por essa perda continua sendo um dos mais difíceis. No caso dos bebês, muitas mães, inicialmente, ficam paralisadas pela perplexidade, até vir o entendimento de que esse filho sempre continuará vivo no amor, mesmo tendo passado tão pouco tempo nessa vida.
“Não sei o que dizer em um momento como esse” – confessam alguns. Mas, para quem está passando por uma perda difícil, o conforto oferecido pela simples presença dispensa palavras. É a sensibilidade e o afeto de um olhar, um gesto de carinho, um abraço acolhedor. É a disponibilidade amorosa. É a iniciativa de fazer alguma coisa que a pessoa, entristecida, não tem energia para providenciar.
Perdas difíceis também acontecem como longo processo. A perda progressiva de memória e de capacidade cognitiva de pessoas queridas que sofrem do mal de Alzheimer, por exemplo. “Minha mãe ainda está viva mas, de certa forma, deixou de ser aquela que sempre foi, e nem sequer me reconhece” – lamenta a filha, triste por presenciar a deterioração e desconfortável com o sentimento de impotência por não poder contribuir para resolver o problema.
Mas não é só a perda repentina ou progressiva de pessoas amadas que nos abala. A perda da confiança e a decepção em uma relação amorosa ou em parcerias de trabalho, a perda de um projeto que acabou sem decolar como imaginávamos. É o que poderia ter sido mas não foi, a esperança abortada, o sonho desfeito.
“Não me conformo por estar passando por isso”! – dizem alguns, revoltados com o sofrimento desencadeado pela perda, o que amplia ainda mais sua dimensão. Ao mergulhar em águas profundas, saímos da turbulência da superfície. Mergulhar em nosso interior, rumo ao centro da serenidade, nos ajuda a fazer a travessia da dor, compreendendo melhor a força e a fragilidade da vida e ampliando a percepção do que está acima e além dos nossos sentidos, tão limitados.
A perda de alguém muito amado é muito difícil de superarmos… cada um tem seu tempo para viver este luto… adorei seu post, bom final de semana. Bjs
Obrigada, Bia! Respeitar o tempo de luto de cada um é fundamental, assim como não confundir tristeza pela perda com depressão.
Muito bom! Sou depressiva pq perdi minha família. Tive um namorado há mais de 10 anos que nunca me assumiu, pelo menos tive forças de acabar com ele, pq o que ele estava me dando era migalhas. Grata
Pessoas amadas da nossa família continuam vivas em nosso amor e em nossas lembranças, apesar de sentirmos saudades da presença física.