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A convivência entre a tradição e a tecnologia moderna (Fotografei em Tóquio, Japão).

 

Um convite do meu filho concretizou uma das minhas metas de vida: fazer uma viagem ao Japão. Compartilho alguma das coisas que mais me chamaram a atenção:

  • Organização, limpeza, respeito pela natureza – No xintoísmo, Deus está em todas as coisas. Para não despertar o “deus da sujeira”, tudo precisa estar rigorosamente limpo. É proibido jogar lixo no chão, fumar na rua, comer ou beber dentro das lojas. A água das torneiras é potável, não é preciso comprar água mineral. Como nas grandes cidades há milhões de pessoas, as filas para os ônibus são bem organizadas, assim como a direção para subir e descer as escadas do metrô.
  • Respeito pelos outros, gentileza – Dentre os mandamentos básicos do xintoísmo incluem-se o dever de não incomodar os outros, não mentir, não trapacear e se contentar com o que tem. Por isso, não há o hábito de dar gorjetas, o que se recebe por fazer um bom trabalho é o suficiente. Não é permitido falar alto em lugares públicos, as pessoas que atendem o público estão sempre sorridentes, tudo é entregue com as duas mãos e uma pequena reverência.
  • No térreo do Umeda Sky Building, em Osaka (em cujo observatório pode-se ter uma visão geral da cidade) há uma horta, em que as crianças das escolas plantam e podem acompanhar o crescimento dos vegetais para ter uma visão da “teia da vida”. Há grandes grupos de crianças e adolescentes visitando templos, santuários e museus.
  • Não há mendigos nas ruas, é proibido pedir esmolas. As Prefeituras oferecem uma renda mensal para quem precisa, mas tudo é rigorosamente acompanhado e controlado. Em grandes cidades, como Tóquio, com 12 milhões de habitantes, vi algumas pessoas dormindo sob viadutos.
  • A cidade de Kyoto, Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, tem cerca de dois mil templos. Os que pude visitar são belíssimos, com trabalhos refinados em madeiras e metais. Há também os santuários xintoístas e grande parte da população se define como budista-xintoísta. Nas orações, pede-se para os outros, não para si próprio.
  • Tradições milenares convivem com a mais avançada tecnologia. Está em moda para as moças alugarem quimonos para passear de riquixá enquanto falam nos celulares. Em alguns banheiros públicos, há sanitários no chão e outros em que é possível regular a temperatura do assento e a intensidade das duchas para higiene.
  • Cerca de 73% do Japão é montanhoso e há muitos vilarejos com casas centenárias, totalmente preservadas, como em Shiragawa-go, em um vale profundo com montanhas cobertas pela mata, com 50 casas com telhados feitos com palha de arroz. Há muita solidariedade e cooperação entre os habitantes.
  • Em Hakone, o passeio de barco pelo lago Ashi e a subida ao Monte Kamagatake pelo teleférico permite ver o Monte Fuji, o mais alto do Japão. Não é muito comum ele estar totalmente visível mas, por sorte, abriu uma pequena janela entre as nuvens e fotografei o topo, nessa época, sem neve.
  • Os jardins japoneses que pude ver em templos, santuários ou próximo ao hotel em Tóquio convidam à contemplação. Transmitem paz, beleza, serenidade, equilíbrio, harmonia. Um grande contraste com alguns bairros de Tóquio, como Shibuya, que achei aflitivos pela grande quantidade de anúncios luminosos e a multidão que se movimenta pelas ruas. Ninguém atravessa fora da faixa ou com o sinal de pedestres fechado.
  • Em Tóquio, gostei de ver uma apresentação no Teatro Kabuki e de visitar o Museu Nacional de Tóquio no Parque Ueno, onde me concentrei nas seções de tesouros nacionais e arte asiática.
  • Quero voltar ao Japão!