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Aprendi muito para escrever esse livro. Pesquisei sobre felicidade e bem-estar em diferentes áreas do saber: tradições milenares, psicologia positiva, antropologia, neurociência, filosofia, economia. Além disso, no decorrer de dois anos, entrevistei 190 pessoas entre 12 e 96 anos, em diferentes cidades em todas as regiões do Brasil: estudantes, médicos, artesãs, advogados, cozinheiras, psicólogas, faxineiras, recepcionistas, proprietários de pousadas, lojas e restaurantes, professores, biólogos, donas-de-casa, músicos, vendedores, camelôs, agricultores, guias de turismo, técnicos ambientais, engenheiros, economistas, fazendeiros, doceiras, artistas plásticos, motoristas, servidores públicos, empresários. Entrelacei o conteúdo dos estudos pesquisados com os depoimentos das pessoas entrevistadas.

Estruturei as entrevistas em torno de algumas perguntas básicas:

  1. Há várias maneiras de se sentir feliz. O que é ser feliz para você?
  2. Como você constrói essa felicidade no seu dia a dia?
  3. Como contribui para que outras pessoas se sintam felizes?
  4. Na vida de todos nós há momentos e períodos difíceis e outros nos quais nos sentimos especialmente felizes. Fale sobre um período da sua vida ou um acontecimento em que você se sentiu muito feliz.

Algumas respostas para a primeira pergunta: “Proporcionar boas experiências para si e para outros”. “Libertar-se dos padrões impostos de beleza porque escravizar-se a eles constrói infelicidade”. “É ter paz, harmonia, fé em Deus”. “É construir algo coletivamente, que não seja somente para meu próprio benefício”.

Podemos aprender a ser mais felizes, mesmo em épocas difíceis da vida! Felicidade não é ausência de problemas. O estado consistente de felicidade serena pode ser mantido mesmo quando enfrentamos perdas e dificuldades. É uma habilidade que pode ser treinada por meio das escolhas conscientes que fazemos a cada dia, de nossas ações, da qualidade dos pensamentos que nutrimos e dos relacionamentos que cultivamos.

Não há uma única definição de felicidade e nem um só jeito de ser feliz. As pesquisas e as pessoas que entrevistei descrevem vários tipos de felicidade: buscar prazer e fazer o que gosta; envolver-se com o trabalho, criação de filhos, relacionamentos afetivos; encontrar na vida um propósito significativo no qual aplicamos nossas competências.

Construímos felicidade saboreando os bons momentos, observando a beleza, nutrindo a curiosidade e o encantamento pela vida, cultivando a empatia e o altruísmo.

Expressar gratidão, admiração e carinho contribui para incrementar a felicidade, assim como ações de gentileza, pensamento otimista, cuidar bem dos relacionamentos e cultivar a espiritualidade. Tudo isso é um remédio potente contra a depressão, a ansiedade e o isolamento.

Afinal, em todos os tempos e em todos os lugares do mundo, todos nós desejamos ser felizes!