Comemos para viver ou vivemos para comer? O que nos motiva a ingerir alimentos, nem sempre saudáveis? Comemos quando estamos com fome, mas também por sentir prazer ao saborear uma deliciosa refeição, selecionamos alimentos que beneficiam a saúde ou comemos o que nos apetece mesmo que nos faça mal. Comemos para aliviar a ansiedade ou quando estamos entediados, para celebrar ocasiões especiais, para conversar com as pessoas de quem gostamos.
No curso online “The Science of Nutrition”, oferecido por Future Learn, em parceria com The Open University, “Por que comemos e o que comemos” é o primeiro tópico abordado. Na interação, com pessoas de diversos países, há comentários interessantes sobre os diversos motivos que nos levam a comer, além da necessidade biológica: “Meu grande problema é comer para aliviar o estresse. Há fases em que sinto que só a comida me faz sentir bem”. “Para mim, é um acontecimento de família: gosto de preparar o jantar para conversar sobre como foi o dia de cada um e sobre vários temas que surgem, com TV e celulares desligados”. “Todos os meus colegas se reúnem na sala dos professores na hora do recreio. É a hora para rir um pouco ou desabafar problemas que temos em sala de aula”.
Outro item abordado por este curso é o apelo aos sentidos, que desperta o apetite e estimula a gula: nos supermercados, a padaria ocupa uma posição estratégica para que o cheiro de pão fresco e outras iguarias se espalhe por toda a loja. Livros de culinária e embalagens de produtos, assim como a divulgação de restaurantes, mostram pratos tentadores que nos induzem a consumi-los. O som do churrasco sendo preparado também pode ser irresistível. Portanto, estimular olfato, visão, audição e tato conduz ao paladar. “Antes de colocar a comida na boca, costumo comer com os olhos. Por isso, capricho no visual das refeições que preparo, mesmo quando vou comer sozinha”.
As emoções exercem grande influência no ato de comer. Há quem coma compulsivamente na tentativa de preencher buracos internos de carência amorosa, para aliviar tristeza, desconsolo, frustração. “Acabo abusando dos doces, a vida está tão amarga”…
A qualidade das interações e a influência da propaganda também influem não só na quantidade quando na escolha do que comemos. O documentário “Muito além do peso”, da Maria Farinha Filmes apresenta entrevistas com famílias de crianças obesas mostrando um padrão de relação familiar marcado pela permissividade com relação aos desejos de consumo das crianças, que ficam furiosas quando contrariadas. O Instituto Alana, parceiro deste filme, trabalha o tema da influência nociva dos anúncios dirigidos às crianças que, por sua vez, insistem com os adultos da família para comprarem os produtos desejados (cheios de corantes, gorduras e calorias, sem o menor valor nutritivo). Esse é um problema de saúde pública: é grande o número de crianças brasileiras que estão acima do peso e aumenta a incidência de diabetes e doenças cardiovasculares nessa etapa da vida.
É preciso comer para viver. Mas, entre escolhas e renúncias, podemos aprender a saborear refeições deliciosas que mantenham nossa saúde e bem-estar!
Muito além do peso – documentário produzido por Maria Farinha Filmes e Instituto Alana: https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4
“The Science of Nutrition”, curso oferecido por Future Learn, em parceria com The Open University:
https://www.futurelearn.com/courses/the-science-of-nutrition/
He…Tereza!….Assino em baixo, mas que é difícil resistir a um churrasco, sem dúvida. Há um exagero nessas idéias naturebas. Afinal o homem é, desde os primórdios, um caçador-coletor e muito mais caçador do que coletor, pois caça é menos dependente das estações do ano, os vegetais não. Bem, acho que dá um tema muito bom para nossos debates. Natureba ou não natureba, eis a questão!
Boa sugestão!
Gostei do que li… E amo o que como. Na vedade nao sei se como pra viver ou se vivo pra comer… Sei que comida é pra mim a primeira das sete maravilhas do mundo… Sou aquela que controla toda e qualquer emoção comendo- Mas sem exageros. Um abraço querida.