É preciso desenvolver flexibilidade de pensamentos e sentimentos para reagir da melhor forma possível ao que a vida nos apresenta. Para isso, apesar das tensões, pressões e exigências da vida complexa e de mudanças rápidas que caracterizam o século XXI, precisamos aprender a relaxar e a encontrar o propósito de estarmos nesse mundo, nesse momento.
Com isso, fortalecemos a resiliência para enfrentar desafios e dificuldades, entendendo que tudo isso faz parte do “pacote” de existir. E decidir seguir em frente mesmo quando sofremos decepções e desilusões significativas.
Mas, antes de “seguir em frente”, é preciso ”olhar de frente” sem negar ou minimizar as dificuldades e o que sentimos diante das situações. Fragilidade, raiva, insegurança, medo do fracasso e da rejeição coexistem com nossa força, coragem e esperança. Aprender a “surfar nas ondas” dos sentimentos, em vez de combatê-los ou criticá-los é um modo eficaz de desenvolver autoconhecimento e autocompaixão. Nosso lado sombrio faz parte do “pacote” de nossa humanidade. Olhar tudo isso de frente, com curiosidade, em vez de negar ou combater, liberta e transforma. Não há mudança possível sem reconhecimento e aceitação do nosso “eu inteiro”.
Os sentimentos são o que são e se transformam uns nos outros no fluxo da vida. Não podemos “escolher” sentir isso ou aquilo, mas podemos decidir o que faremos a partir do que sentimos. E também aprofundar o autoexame para entender as “camadas” dos sentimentos. Por exemplo, sob muitos ataques de raiva, encontramos tristeza e frustração. Sob manifestações de ciúme e possessividade, encontramos medo de perda, insegurança. Crie o hábito de perguntar a si mesmo: “O que esse sentimento está querendo me dizer?”
Por isso, para que nossos filhos e netos desenvolvam agilidade emocional desde cedo, é importante reconhecer, nomear, aceitar e entender o que está sendo sentido para que percebam que não é necessário reprimir sentimentos, embora, muitas vezes, seja preciso refrear algumas ações (“estou sentindo raiva, mas não vou bater na minha irmãzinha”). E aprender a lidar com frustrações, estresse, desconforto – as “dores do crescimento”.
Podemos ainda escolher como olhar para a situação difícil: se a vemos como um problema insolúvel, intensificamos o medo e nos paralisamos; se a vemos como uma oportunidade, ficaremos mais flexíveis para buscar recursos, encarar o desafio e aceitar que os erros fazem parte da aprendizagem de viver. Agilidade emocional é aprender a surfar nas ondas da vida, ajustar as lentes para buscar o melhor ângulo do olhar e se considerar como uma “obra em progresso”, como agente da própria transformação e do próprio crescimento.
No decorrer da vida, fazemos planos, estabelecemos metas, determinamos onde queremos chegar. Alguns desses planos se concretizam, outros não. Novas metas, novos planos, lucidez para decidir o quanto ainda vale a pena insistir (em um campo de trabalho, ou em um relacionamento amoroso) e quando é para decretar “fim de ciclo” e sair. A agilidade emocional nos permite pesar melhor os prós e os contras para tomar a melhor decisão e seguir novos rumos que legitimamente desejamos. Com coragem e determinação.
Nas palavras de Susan David, cujo livro “Agilidade emocional” (ed. Cultrix, 2016) inspirou esse texto:
“Coragem não é ausência de medo. Coragem é caminhar no medo”.
“ A beleza da vida é inseparável da sua fragilidade. Somos jovens até que deixamos de ser. Somos saudáveis até que deixamos de ser. Estamos com aqueles que amamos até deixarmos de estar.”
Artigo maravilhoso! Elucidativo.
É esse o grande desafio de viver, integrar os opostos, lidar c dores e conquistas q às vezes ocorrem ao mesmo tempo. A vida exige auto cuidado, tolerância, mt esforço, os benefícios do tempo e o amparo de Deus.
Haja agilidade….
Obg pela reflexão.
Em tempos velozes do século XXI precisamos mesmo ter muita agilidade emocional para encarar desafios e possibilidades que a vida nos apresenta!
MARAVILHOSO TEXTO MARIA TEREZA , COM MUITA CLAREZA E OBJETIVIDADE , VOCÊ EXPÕE UM GRANDE
PROBLEMA ATUAL !!!!
PARABÉNS MAIS UMA VEZ !!!
Obrigada, Alice! Podemos contribuir de muitas maneiras para que as pessoas com as quais convivemos também desenvolvam essa agilidade emocional!
Lindo texto!!!!
Aliás todos são!!
Parabéns!
Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.
Que bom que gostou, Ana Lucia!