Há caminhos de vida árduos, cheios de espinhos.
Isso não impede que brotem flores delicadas,
Fortes, persistentes, vão abrindo espaço.
Penso nas crianças refugiadas, em zonas de guerra,
Em que o cotidiano é marcado por violência, destruição,
Com famílias sofridas, ou até mesmo sozinhas,
Migram, entre a esperança e o desespero, buscando
Paz, abrigo, novas possibilidades.
As crianças continuam morando dentro dos adultos,
Curiosas, dão risadas, brincam, se encantam com o que descobrem,
Mesmo quando vivem em contextos desfavoráveis.
Há pessoas que crescem e soterram sua criança interior
E vivem na amargura, no desencanto, na queixa,
E se fecham para as descobertas, reprimem a ousadia,
Mergulham na descrença, mesmo quando vivem
Com fartos recursos materiais e oportunidades à sua frente.
Precisamos cuidar bem da criança que nos habita por toda a vida
E cuidar bem dos seres que estão chegando ao mundo
Para que todos possam celebrar a vida em sua plenitude.
Flores fortes e delicadas, apesar dos espinhos ao seu redor.