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A força da água em uma bela cachoeira que fotografei no interior de SP.

A força da água em uma bela cachoeira que fotografei no interior de SP.

A conversa com um grupo de amigos desenvolveu boas reflexões sobre o desejo. É o alicerce da motivação, que nos permite persistir mesmo quando há grandes obstáculos a serem superados. Está na base do planejamento, que nos permite descobrir caminhos e executar as ações que podem nos conduzir à realização do que queremos, em vez de ficarmos apenas sonhando com o que gostaríamos que acontecesse. O desejo que alimenta a esperança de criar ou descobrir algo novo motiva inventores e cientistas a enfrentar a frustração de inúmeras tentativas mal sucedidas.

Nos primeiros anos de vida, quando ainda não se iniciou a construção da noção de futuro, a força do desejo é imperiosa. A criancinha chora, se joga no chão e se enfurece quando é contrariada. Ainda precisa aprender a esperar e a tolerar frustrações, adiando a realização do desejo ou o substituindo por outro que seja mais viável no momento.

No decorrer do crescimento, tratamos de conseguir acolher nossos desejos, mas sem nos deixarmos dominar por eles, como acontece nas compulsões. Por outro lado, os que se queixam da falta de desejo não conseguem se entusiasmar por coisa alguma e ficam desmotivados para construir projetos de vida. Apatia e desânimo predominam, como acontece nos quadros depressivos.

A força do desejo pode ser tão intensa a ponto de produzir alterações corporais. No início da década de 1970, eu atuava como voluntária na Enfermaria de Obstetrícia de um hospital público. Presenciei alguns casos de pseudociese que me impressionaram: o intenso desejo de ser mãe “criava” um corpo grávido, mesmo sem feto no útero.

Os que acreditam no poder do “mau-olhado” temem ser prejudicados pela força do desejo motivado por inveja ou vingança de seus desafetos, e se protegem com amuletos para neutralizar as energias negativas.

E temos ainda a poderosa corrente subterrânea dos desejos inconscientes. Obedecemos aos seus ditames sem sequer percebê-los e apenas dizemos “não sei o que me levou a fazer isso”…