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No decorrer de toda a vida, vivemos em teias de relacionamentos, que tecemos com as pessoas com as quais convivemos. Além disso, há as teias que tecemos em nosso interior, a partir do que percebemos e sentimos em nossas experiências de vida.

Há diversos tipos de teias que podem se manter por muito tempo ou passar por modificações (para melhor ou para pior), sob o impacto de acontecimentos importantes ou por escolhas que fazemos nas encruzilhadas da vida.

Muitas pessoas se enredam na teia da mágoa, que rompe ou azeda os relacionamentos com amigos e amores por conta de decepções, desencanto, desilusões, abandono, rejeição. É certo que não podemos controlar o que as pessoas fazem conosco. Mas podemos escolher o que fazer com tudo isso. Vai fechar o coração para um novo amor por ter sofrido uma profunda desilusão? Ou vai acreditar que o amor é eterno e renovar a esperança de encontrar um amor acolhedor em outra pessoa?

Há relacionamentos que inicialmente nos acolhem na teia do amor. Mas a insegurança, a possessividade e o medo da perda acabam tecendo a teia do ciúme excessivo que esgarça os fios da teia do amor. A teia do medo da perda pode envolver a pessoa a ponto de anular seus próprios desejos, submetendo-se aos outros para não desagradá-los.

A teia do preconceito limita profundamente nossas escolhas. É uma das muitas teias que tecemos dentro de nós e que mal nos deixam caminhar pelas trilhas da vida. Isso sinaliza a necessidade de aprofundar o autoconhecimento para soltar as amarras que nos  aprisionam a determinados padrões de comportamento.

Fazer mudanças significativas para estimular nosso desenvolvimento pessoal não é uma tarefa fácil. Exige determinação, persistência e, essencialmente, a clara consciência de que somos responsáveis por nossas escolhas, com o poder de construir nossos caminhos. O que vamos escolher? Vamos acreditar que não temos saída a não ser chorar e lamentar nossa falta de sorte na vida? Ou vamos abrir os olhos para as oportunidades e superar o medo do desconhecido que nos faz permanecer em relacionamentos insustentáveis por imaginar que mudar seria ainda pior?

O livro Teias, publicado em 2011, com edição esgotada, nasceu no mar. Estava nadando, como faço todas as manhãs, uma das fontes de inspiração para o que escrevo. Lembrei de centenas de histórias, selecionei as teias mais representativas: as que nos oferecem a sustentação necessária, como o amor, a amizade, a solidariedade; outras, como a timidez excessiva e a autossabotagem, nos aprisionam dentro de nós mesmos e travam ações que poderiam nos beneficiar. São textos curtos que podem ser lidos independentemente, explorando muitos desses temas. No final, escrevi reflexões sobre a possibilidade de um trabalho de desenvolvimento pessoal que nos liberta das teias que nos aprisionam para tecermos teias de relacionamentos nos quais podemos florescer.

Em 2012, encenei, em uma palestra-show que apresentei para diversos tipos de público, algumas teias de relacionamentos juntamente com músicas de minha autoria, após meses de preparação teatral com Bia Junqueira e direção musical de Itiberê Zwarg.

Em 2020, construí o curso online Teias de relacionamentos, incluindo o e-book Teias de relacionamentos, a palestra-show filmada no teatro do Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro, e outros vídeos em que comento os temas de teias comumente tecidas por muitas pessoas.

Minha vida pessoal e a experiência de décadas como psicoterapeuta me faz ver que, quando realmente desejamos superar o medo de crescer, conseguimos nos lançar na aventura de viver plenamente, ousando fazer as escolhas possíveis em total sintonia com nossa verdadeira essência.