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Esse objeto me fez pensar como é importante cuidar bem da delicada rede neuronal do nosso cérebro.

“O cérebro está sempre em mutação, a maior parte do tempo sem nossa participação consciente”. “O bem-estar é uma habilidade que pode ser cultivada” – Essas frases me chamaram a atenção quando assisti palestras de Richard Davidson, psicólogo e neurocientista, que comanda um laboratório de pesquisas na Universidade de Wisconsin.

A construção do bem-estar se fundamenta em alguns pilares:

  • Neuroplasticidade – Podemos modelar nosso cérebro para cultivar o bem-estar, podemos meditar para, voluntariamente desenvolver a compaixão. Nossos pensamentos, experiências e relacionamentos fazem e refazem os circuitos neuronais.
  • Epigenética – Como os genes se expressam, ligam ou desligam sob a influência das experiências de vida e dos relacionamentos. Cada gene tem uma espécie de controle de volume que pode ser mudado e regulado por nossas experiências. Temos predisposições genéticas, mas a meditação, por exemplo, pode modular a expressão dos genes.
  • Há uma via de mão dupla entre cérebro e corpo – mudanças em um causam impacto no outro. É possível cultivar o bem-estar praticando atividades físicas e focalizando as emoções positivas.
  • Expandir a generosidade, fortalecer a resiliência (a rapidez com que nos recuperamos das adversidades, cultivando emoções positivas), aprimorar o foco da atenção para estar integralmente no momento presente são outros elementos fundamentais para a construção do bem-estar.

No laboratório, cuja equipe é liderada por Davidson, o estudo da atividade cerebral de monges tibetanos com mais de dez mil horas de prática de meditação revelou circuitos cerebrais ativados pela compaixão, especialmente a ínsula e a amígdala. Descobriu-se também uma forte conexão entre o cérebro e o coração, quando a compaixão é desenvolvida. E tudo isso está ligado à construção do bem-estar.

Em outro experimento, sujeitos não praticantes tiveram duas semanas de treinamento em meditação, durante meia hora por dia, e viram que, mesmo com tão pouco tempo de prática, ocorriam mudanças no cérebro. Esses e outros estudos mostram a importância de trabalhar nossa mente positivamente para promover a saúde física e mental.