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Antes do hidroavião pousar, fiquei imaginando a beleza que iria ver em seguida, na Grande Barreira de Corais, na Austrália.

– A criança pequena tem uma imaginação riquíssima, mas quando envelhecemos essa capacidade diminui – comentou uma participante de um grupo de conversa cujo tema era “Na tela da imaginação”.

Muitas ideias surgiram a partir desse comentário. “Atualmente, muitas crianças estão com a agenda cheia de atividades, sobra pouco tempo para brincadeiras que estimulam a imaginação”; “Os adultos criticam muito do que a criança imagina, ou dizem que ela vive no mundo da lua”; “Trabalho com oficinas de desenho animado e vejo que, quando oferecemos as ferramentas apropriadas, a imaginação surge em pessoas de todas as idades, mesmo naquelas que não foram muito estimuladas na infância”; “Quando leio um livro, gosto de imaginar os cenários e os personagens com o máximo de detalhes possível”; “Na imaginação patológica, a pessoa cria histórias terríveis, de perseguição ou de traição, que infernizam a vida de muita gente”.

A partir daí, muitas reflexões sobre o poder da imaginação na vida de todos nós. No devaneio, damos asas aos nossos desejos que podem (ou não) construir a base de projetos importantes. É essa a diferença entre o sonhador e o empreendedor. Lembro-me de um trabalho que realizei com adolescentes que frequentavam um projeto social. Um deles treinava intensamente, desejando ser jogador de futebol. Muitos apenas se imaginavam famosos, com rios de dinheiro e muitas mulheres, mas nada faziam para transformar esse sonho em realidade.

Li alguns trabalhos de neurocientistas mostrando a importância de “treinar com a mente” para melhor preparar o cérebro para a experiência real, e não somente o corpo. Músicos, atletas, palestrantes, atores podem imaginar em detalhes seu desempenho no evento que se aproxima, complementando as ações concretas para o treino e a preparação do material necessário.

Conheço também experiências de desenvolvimento de comunidades, em que um grupo de moradores é estimulado a imaginar as transformações necessárias para melhorar a qualidade de vida de todos. Essa é a base para projetar ações coletivas para construir a realidade imaginada.

“Pensar fora da caixa” significa imaginar soluções inovadoras para problemas antigos, ou para criar novos produtos e serviços. Cientistas e empreendedores precisam de muita imaginação para abrir novos horizontes. Em alguns momentos de nossa vida precisamos imaginar diferentes cenários para avaliar prós e contras e escolher o caminho a seguir: Vou aceitar essa proposta para trabalhar em outra cidade? Vamos ter mais um filho?

E que tal imaginar, como a música de John Lennon, um mundo em que as pessoas vivam em paz? O que podemos fazer, coletivamente, para construir essa realidade no mundo?