Muitos homens maduros lamentam a perda do desempenho sexual da juventude. Não conseguem vislumbrar os ganhos de desenvolver requintes de sensualidade e erotismo, descobrindo que a pele do corpo todo pode ser erótica. Os que param de lamentar a perda do vigor da ereção e se aventuram em desbravar novas trilhas podem descobrir a diferença entre fazer sexo e fazer amor, com ganhos significativos de prazer.
O mesmo se aplica às mulheres que lamentam a perda do corpo jovem, em uma sociedade impiedosa com as mulheres maduras. Muitas sentem que se tornam invisíveis ao olhar dos homens, que só se sentem atraídos pelas que ainda estão “com tudo no lugar”. Os preconceitos impõem perdas pesadas, principalmente quando os internalizamos sem percebê-los. Libertar- se da tirania do corpo ideal, traz o ganho de se desenvolver como pessoa atraente, explorando melhor o conhecimento de si mesma para receber e oferecer prazer.
A deficiência visual de uma amiga querida aumentou dramaticamente com a idade. Na última década de sua vida, não conseguia mais ler nem escrever. Mas conversava comigo sobre a profundidade crescente de sua visão interior, o aguçamento da audição que lhe permitia “viajar” ouvindo música, o prazer de sentir texturas, cheiros e sabores, o mergulho em si mesma nos longos períodos de quietude. Vivendo em uma sociedade cada vez mais dependente de imagens, era reconfortante refletir com ela sobre o que podemos ganhar quando perdemos a visão física. E pensar nos que estão com os olhos em excelente estado mas são absurdamente míopes com relação a si mesmos…
Conheço mulheres que se angustiam com a perda do poder de influenciar as escolhas de seus filhos adultos. “Quando ele era menino e até mesmo adolescente, ouvia meus argumentos. Agora… Simplesmente ignora minha opinião quando discordo das decisões dele!”. No entanto, com os filhos adultos, as mães podem se aposentar da função de cuidadoras e orientadoras. Eles são os responsáveis por seus atos e arcarão com as devidas consequências. As mulheres maduras podem ganhar tempo, autonomia e oportunidades para escolherem seus próprios caminhos nessa nova etapa de vida.
A perda de pessoas amadas, por morte ou separação, abre buracos no coração. A perda da saúde ou da memória traz a sensação de nos perdermos de nós mesmos. É muito difícil ver o que ganhamos em provas tão duras da vida. A espiritualidade e o sentido da transcendência podem oferecer outro nível de entendimento. Inclusive para transformar sofrimento em aprendizagem, compaixão e força de superação.
Perfeito gostei. As perdas são grandes mas o morrer para certas coisas nos fazem mais fortes e com direito de aproveitar a vida sem querer adiar a felicidade ..,,
Desapegar é essencial para não ficarmos presos ao que já foi, não é?
Creio que esta necessidade de estarmos sempre bonitos, principalmente as mulheres, deve-se ao fato da competição humana, esta disputa constante que nos leva e conduz sem que percebamos. Com isto a beleza, um quesito tão particular e próprio, passa a ser um padrão: altura, cor, cabelos, corpo bem produzido, tudo estabelecido e com isto esquecemos que existe a beleza interior, aquela que os anos e os meios de comunicação não conseguem apagar.
Pois é! O importante é caprichar mais no conteúdo do que na embalagem!
muito lindo, eu tambem adoro comtemplar a natureza.,tenha uma otima semana Maria Tereza,
Que a cada dia possamos construir um ótimo dia, mesmo quando temos problemas para encarar!
Pois então Maria Tereza sou uma mulher de 50 e percebo a cada dia que posso acrescentar sempre “algo mais” às perdas que a idade me impõe. Porém apesar da algumas vezes sentir-me triste, sozinha se visualizo mais adiante ou olho para trás percebo que é possível ser cada vez melhor principalmente comigo mesma.
Como mulher de 66 concordo com essa visão de que somos uma “obra em progresso”, e podemos sempre nos aprimorar, incorporando o sentido das perdas pelas quais inevitavelmente passamos!