“Podemos fazer da nossa vida uma obra de arte” – disse uma participante do grupo que conversou sobre esse tema.
“Mesmo em situações de precariedade e de extrema dificuldade é importante buscar a beleza” – agregou outra participante.
“Qualquer trabalho pode ser feito com arte. Na época em que ainda era comum engraxar sapatos, conheci um engraxate que conquistava os clientes com a qualidade do seu trabalho e com a arte da boa conversa”; “E eu me encantei com uma cozinheira que enfeita os pratos com flores comestíveis”; “Eu estava em um vilarejo do interior e meu tênis se abriu. O sapateiro que me indicaram fez um trabalho artesanal da costura tão perfeito, que continuo usando o tênis até hoje e já se passaram quatro anos”! – foram comentários de outros participantes.
A arte pode transformar vidas. A conversa com um grupo de educadores após uma palestra contou com alguns depoimentos emocionantes, como o dessa professora de uma turma de alfabetização de jovens e adultos. “A violência era a linguagem predominante. Eu entrava na sala assustada, sem me sentir capaz de lidar com jovens tão agressivos. Até que, um dia, decidi falar sobre poesia. Um deles, alto e musculoso, perguntou se poderia ler o que ele havia escrito. Era um poema muito expressivo sobre a crueldade cotidiana na comunidade em que vivia. Esse foi o ponto de partida para uma transformação significativa daquele grupo. A arte, a sensibilidade e a afetividade foram, pouco a pouco, predominando sobre a linguagem da violência”.
Conheço projetos de escolas em comunidades com alto índice de violência que, ao abrirem nos fins de semana com a proposta de oferecer atividades artísticas e esportivas, propiciaram trocas de saberes entre alunos, famílias e comunidades, transformando a rede de relacionamentos de modo significativo, incluindo mutirões para restaurar áreas degradadas, organizar hortas comunitárias, grafitar muros.
A psiquiatra Nise da Silveira ousou tratar esquizofrênicos com amor e arte, em contraposição aos métodos tradicionais da época, como a lobotomia e o eletrochoque. A musicoterapia abre caminhos para tratar de problemas emocionais. A arte trata e cura.
Para colocar arte em nossas vidas é preciso exercitar a curiosidade, a criatividade e a ousadia. O medo da crítica dos outros, de sermos vistos como pessoas ridículas e uma autocrítica impiedosa tolhem essa possibilidade.
Maria Teresa, oi. “A arte pode transformar vidas” sim, aflorando a sensibilidade… O dia a dia tão difícil precisa dela. O mundo fica mais colorido e leve. Adorei seu post, bom feriado bjs
Obrigada, Bia! Quando vemos cada dia como um presente, conseguimos aproveitá-lo da melhor forma possível. Com arte!
Tereza, você tem razão. A arte transforma na medida que age na sensibilidade das pessoas. Tenho sido testemunha disso através das leituras dramatizadas de contos adaptados que meu grupo, Leitura em Cena, apresenta para público da terceira idade, em casas de convivência e hospitais. Só a arte pode resgatar e fazer aflorar nossa melhor porção. Bjs.
Concordo, Ana! É sempre bom descobrir nossos tesouros interiores!
Acredito que a arte é a forma mais humana de se expressar. É ela que nos caracteriza e nos define humanos, a capacidade de gerar beleza em várias maneiras. Existir criativamente. Trabalhar além do fazer básico. Arte é a real vida humana.
Pois é, Nanda, a arte nos embeleza e nos permite mergulhar em nossa essência.