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IMG-20190426-WA0006 Se professores, babás e outras pessoas que cuidam de crianças desenvolvem recursos para discipliná-las e estimulá-las a fazer o que precisa ser feito sem bater ou gritar descontroladamente, por que os pais não poderiam fazer o mesmo? Na transmissão ao vivo que dei sobre o tema “Bater para educar?!” encontrei comentários do tipo: “Eu acredito na palmada”; “Minha mãe foi muito carrasca comigo, apanhei bastante e hoje não repito tais métodos extremos com meus filhos”; “Apanhei, porque era a ferramenta que os pais tinham na época”; “Meu pai me espancava e isso me fez muito mal”; “eu apanhei muito, mas me sinto feliz como eu sou”. Excetuando casos extremos de violência intrafamiliar, vejo pessoas que se desenvolveram bem, apesar de terem apanhado até com “varadas de goiabeira”. Isso porque, certamente, havia também momentos de carinho, alegria, compreensão e amor nessas relações familiares. O que não quer dizer que foram esses métodos que garantiram a “boa criação”. No outro extremo, há pais com muitas dificuldades de colocar os limites devidos, como nesse comentário: “Hoje o que vejo são pais com medo dos filhos e crianças sem limites” Em contraposição, outros comentários do tipo: “Eu acredito no diálogo”; “Tenho tentado usar a disciplina positiva na escola”; “Nunca bati e meu filho nunca me deu trabalho”; Com a disseminação de informações vindas da psicologia, aumentaram os recursos disponíveis para colocar limites de forma eficiente sem recorrer a castigos físicos. Por conta disso, considera-se que bater, gritar e se descontrolar transmitem às crianças que os adultos estão inseguros, sem recursos eficientes para lidar com eles. Os limites precisam ser colocados com serenidade, firmeza, persistência e coerência. E os “combinados” são estratégias que estimulam responsabilidade e autocontrole. Claro que haverão muitos momentos difíceis: “O pior é quando a criança faz birra, dá chiliques. Dá vontade de sair correndo!”. O problema é quando os adultos se descontrolam e dão chiliques também. É essencial fazer um esforço para se acalmar para, em seguida, tentar acalmar a criança, por exemplo, transmitindo que compreende o que ela está sentindo: “Eu sei que você está muito zangada porque não está podendo fazer o que quer. Mas vamos descobrir o que você vai poder fazer”. Convém esclarecer que a criança pequena vive na “lei do desejo”, que surge com muita força. Quando frustrada, fica enraivecida. Precisa aprender a esperar ou a escolher o que é possível. Mas, antes de construir esse “freio interno” é preciso contar com o “freio externo” dos limites colocados com firmeza, carinho e compreensão. Há muitos recursos que podem ser desenvolvidos para colocar limites com firmeza, consistência e serenidade, sem recorrer a palmadas ou a surras com “vara de goiabeira” como ainda ouço pessoas falarem! O relacionamento familiar construído com respeito, e não com medo, é o melhor caminho para educar os filhos.